Já repaste que às vezes tenho mesmo saudades tuas? Por acaso, já te deste ao trabalho de pensar que nas alturas em que mais precisava que estivesses presente, foi quando decidiste ir embora ou simplesmente nem aparecer? Pensa, só um pouco, nas responsabilidades que tens. Agora diz-me, cumpres alguma delas? Pois, não me parece.

E nem sabes o quanto custou ter de largar-te mais uma vez e ver-te partir à minha frente, em passo mais acelerado, para que não te pudesse apanhar. Nem sabes a vontade que tinha de correr para ti, puxar-te e suplicar que não me deixasses uma vez mais e ficássemos assim até um de nós estar bem... Sim, porque sei que também não estavas bem e eu tentei, juro que tentei, confortar-te... Mas lamento se talvez não foi suficientemente eficaz.
Mas acabaste por ir. Como sempre, não é verdade? E agora estás a tentar voltar, a todo custo, mas agora sou eu quem não quer que voltes. Desculpa mas não tem de ser sempre quando queres, também tenho uma opinião dentro deste assunto e de momento, não consigo perdoar. Aliás a questão é se algum dia vou conseguir. Aquilo que tens vindo a fazer está a acumular mais, e mais, e mais... E podes crer que tenho sido benevolente. Mas acredita que um dia deste vou mesmo pedir-te para me esqueceres e eu vou fazer o mesmo. Apenas já está a ser demais. Como é possível que em tão pouco tempo tenhas conseguido estragar tudo? E como se não bastasse ainda te divertes a magoar-me... Mas um dia, quando precisares, vou fazer-te exactamente aquilo que me fizeste por duas vezes. Quando estiveres um dia agarrado a mim, a chorar e a pedir que fique contigo, vou responder-te "Agora não posso ficar, tenho mesmo de ir. Eu ligo-te. Adeus". E só aí vais saber como é a sensação de ser abandonado pela pessoa que achamos que nunca iria permitir que isso acontecesse.
Adeus, d.
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Pt.