Divisões.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pior despedida de sempre.

*Sei que o título diz "Pior despedida de sempre" mas neste momento é uma das piores. Foi escrito antes de acontecer outra...*

Lembro-me como se fosse hoje, de todos os detalhes, os pequenos pormenores, de cada segundo, de tudo. Acordei angustiada na manhã desse dia e o primeiro pensamento que tive foi: "é hoje...". Fiz a minha rotina normal, desta vez um pouco mais apressada que o normal visto que a minha mãe já se encontrava atrasada e eu precisava de ficar em casa dos meus avós. Tomei essa decisão porque não queria ficar sozinha nesse dia, precisava de ter alguém quando me dissesses o "adeus". Quando entrei no carro mandei-te de imediato uma mensagem na esperança que já estivesses a pé, mas não estavas ainda e só respondeste depois. Sabia que irias depois do almoço (mas também não contava que fosse tão cedo quanto foi...) por isso passei a manha inteira agoniada, com um nó na garganta e lágrimas nos olhos que fiz por esconder para não preocupar a minha frágil avó. Recordo-me que mal toquei na comida que ela fizera com tanto amor para mim, mas não conseguia comer nada. Cada pedaço que comia parecia ficar atravessado na garganta dificultando-me a respiração, mas eu bem sabia que a falta de ar já eram das saudades precoces...Só queria correr até tua casa e suplicar-te que ficasses porque estava a precisar tanto de ti, estava a precisar de te ter ali comigo durante aqueles tempos... Mas sabia que não podia, tu tinhas mesmo de ir.
Então, exactamente no momento em que estava a ouvir a minha música favorita (que timming...), recebo a tua sms a dizer que ias partir. Lembro-me exactamente das palavras que utilizaste, da maneira como estavam dispostas, de ouvir a tua voz na minha cabeça a pronuncia-las... E então, nesse momento não aguentei mais e deixei as lágrimas correr-me pelo rosto enquanto fazia um esforço descomunal para não gritar de desespero. Mas, para que não notasses, despedi-me alegremente pois não te queria preocupar.
Lembro-me de passar o resto do dia a verificar se tinha recebido mais alguma sms tua a dizer que afinal ias ficar. Mas não recebi... E apesar de ter a minha mãe para me "animar", necessitava de/queria ficar sozinha, por isso dei a desculpa de "mãe, vou tomar banho" e tranquei-me na casa de banho a chorar desesperadamente enquanto gritava mentalmente: "Volta por favor! Preciso que voltes... Por favor!". Lembro-me tão bem de me sentar, com a cabeça apoiada nos joelhos e ficar assim a levar com a água do chuveiro nas costas enquanto fazia por controlar a respiração.  
A última recordação que tenho desse dia é de adormecer com lágrimas a molharem-me a almofada enquanto pedia que as minhas preces fossem ouvidas, que tu voltasses...

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Pt.

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