Sabias que não consigo olhar para ti da mesma forma como fazia no “nosso” início? Aliás, penso que nem tu me olhas de maneira igual. É estranho, é diferente. No início, éramos apenas duas pessoas, individuais, sem qualquer tipo de fusão emocional. Nessa altura, olhava-te como olho para qualquer outra pessoa, mas à medida que esse tipo de mistura aconteceu, passei a olhar-te melhor, mais pormenorizadamente descobrindo qualidades e defeitos que não sabia existirem em ti. Claro que no início, as qualidades sobrepunham-se ao defeitos, anulando-os e fazendo-te ser, aos meus olhos, um ser tão perfeito que ninguém, mas ninguém ousava alcançar-te. Mas o tempo passou, e a minha visão alterou-se. A cada discussão, a cada insulto, a cada lágrima derramada devido a um desentendimento, um defeito era focado. E então, cada vez mais a focalização era aumentada sobre as tuas imperfeições deixando desfocados os atributos. Muitas vezes, deixo que conseguir ver algo bom em ti, principalmente quando estou cheia de raiva e a minha visão turva perante as qualidades. E para dizer a verdade, há raros momentos em que te odeio e desejo que desapareças da minha vida pois ultimamente só me causas sofrimento. Mas como sempre, acalmo e volto a olhar-te de forma pormenorizada e repito para mim mesma que és tudo o que preciso e que nunca te quero perder. Neste momento? Penso que a balança está igual dos dois lados, tanto preciso de ti para conseguir "passar" todos os dias como desejo que este sofrimento seja amenizado. Por isso, digamos que tenho a visão ajustada para ambos os lados. Como se diz, não estou cega de amores mas também não te odeio com todas as minhas forças, portanto, ficamo-nos apenas pelo amo-te muito sim?
Mas continuo a desejar olhar-te como no início.
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